O post de hoje não tem título. Não tem título por uma causa proposital.
Apesar de ser uma certeza inevitável, é muito comum não saber o que fazer quando se depara com a morte. É assim, no aconselhamento genético, tanto para aquele que perde quanto para aquele que trata.
É difícil encarar a perda de um ente querido, um amigo, um pai, um tio. Ouso dizer que as coisas se tornam piores quando a morte inverte o curso da vida e um filho morre antes dos seus pais. O que foge aos hábitos humanos, ao que é de "costume" espanta o homem.
Quando se perde os pais, você fica órfão, quando se perde a esposa/marido você fica viúvo/a. Mas e quando se perde um filho? Não me lembro de terem dado um nome para isto. Perder um filho é a perda de mais difícil recuperação, pois os pais não se acostumam com essa idéia, não é "normal".
Em alguns desses casos a dor começa quando ocorre a perda em si, em outros a dor começa muitos anos antes. No aconselhamento genético, o médico geneticista é quem primeiro avisa à família que o bebê poderá nascer com uma doença fatal. A dor desses pais começa ali, com aquela notícia. Saber que terão um filho, que poderão vê-lo engatinhar, pronunciar 'mamãe' e talvez até andar, mas que a sua qualidade de vida estará comprometida, assim como terá determinada probabilidade de tempo de vida.
Cabe ao psicólogo não só tratar essa criança para as dificuldades que terá, mas também acompanhar os pais, que de certo sofrerão por um longo período.

Judith é uma psicanalista americana com um grande número de livros publicados. Além do que apresentei, "Perdas Necessárias", a autora também já escreveu, durante o começo de sua carreira, para crianças, uma coleção chamada Alexander, uma trama sobre a morte de um animal de estimação. Perda é o tema favorito dela, suas obras sempre descorrem sobre este assunto. Infelizmente, viajei e não possuo suas obras comigo, então adiarei mais uma vez esse post. Mas recomendo este tipo de literatura, mesmo para aqueles que felizmente não passaram por esta situação.
Procurando então outro apoio para este post, conheci um site de um grupo de apoio aos pais que perderam seus filhos. É o projeto Vida Urgente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga [http://www.vidaurgente.com.br].
Dá para se tornar voluntário, aqui embaixo são dois voluntários conversando com as crianças sobre a importância da vida.