No início do primeiro semestre no curso de Psicologia na UFF, estudei uma disciplina que me dispertou grande interesse, genética.
De todos do assunto, aquele que vou estar sempre abordando aqui (DMD), foi o que mais me interessou. Tive uma amiga que faleceu há alguns anos por conta desta doença, e na época me senti muito culpada por me interessar tanto por Psicologia e não ter bem ajudado à família.
Este texto que segue logo abaixo é da professora Fabiana Barzotti, que nos aplicou em aula com um vídeo sobre o tema, aconselhamento genético.
Esse post vai ser essencial para o próximo, o qual pretendo abordar casos clínicos reais e bem detalhar o trabalho do psicólogo.
"O papel do Psicólogo em serviços de Aconselhamento Genético
Genética médica: especialidade da genética humana que estuda as relações que se estabelecem entre genes e doenças, com objetivos de proporcionar serviços eficientes de prevenção, diagnóstico (a partir de indícios externos, histórico familiar, análise de cariótipos, testes de DNA e exames bioquímicos), prognóstico e tratamento de condições patológicas relacionadas às diferentes modalidades de herança genética
- Atuação de psicólogos junto a indivíduos portadores e afetados por transtornos de etiologia genética e seus familiares.
- Incentivo à participação desse profissional no campo da psicologia clínica da saúde com atuação em processos multidisciplinares de aconselhamento genético.
Um serviço eficiente de aconselhamento genético deve incluir o pleno desenvolvimento de pelo menos três objetivos complementares:
1. A análise técnica de riscos genéticos, isto é, a descrição biológica da gravidade da anomalia genética, seus efeitos orgânicos (morfológicos e funcionais), sua letalidade e provável prognóstico, considerada um dado indivíduo ou uma dada população.
2. A análise e o atendimento às implicações psicossociais da anomalia para o paciente, incluindo transtornos mentais e de comportamento relacionados a pensamentos, sentimentos, expectativas e receios, por exemplo.
3. A compreensão de conflitos psicológicos (cognitivos e afetivos) dos familiares do paciente e a respectiva assistência psicológica indicada
Entre as atividades propostas por um serviço de aconselhamento genético, podemos incluir as seguintes:
1. A identificação de indivíduos normais (critério normativo) e indivíduos portadores de genes anômalos.
2. A compreensão de aspectos médicos que permitam esclarecer o diagnóstico, a causa provável do transtorno, os mecanismos de herança genética e a indicação do(s) possível(is) tratamento(s).
3. O tratamento médico e o atendimento clínico integral de indivíduos portadores e afetados por transtornos genéticos.
4. A orientação dos portadores quanto aos riscos de gerarem descendentes afetados geneticamente (risco de recorrência) e as implicações psicológicas deste fato do ponto de vista de todos os envolvidos.
5. A orientação quanto à conveniência de interromper, ou não, uma gestação de acordo com as determinações legais e com a vontade e conveniência dos pais.
6. A reabilitação psicossocial do paciente visando seu ajustamento pessoal e/ou profissional.
7. O atendimento e acompanhamento psicológico do paciente, portador de doença genética, e de seu grupo familiar.
8. A contribuição e o estímulo às discussões éticas que envolvem o planejamento e a manipulação de material genético em indivíduos humanos e não-humanos.
O profissional psicólogo como um membro efetivo de um serviço de aconselhamento genético:
1) Questões emocionais relacionadas à gestação, tais como, inseminação artificial, malformações fetais, anomalias cromossômicas, interrupção de gestação e aspectos éticos de terapia gênica.
2) Variabilidade comportamental e sintomatologia psiquiátrica observada em diferentes síndromes e anomalias genéticas.
3) Manejo de crenças, atitudes e outras variáveis psicossociais, tais como atribuição de culpa, castigo e deterioração de auto-imagem, observadas em pais de crianças portadoras ou afetadas por anomalias hereditárias.
4) Reações emocionais e estratégias de enfrentamento utilizadas por indivíduos e familiares de indivíduos portadores de anomalias inter-sexuais, tais como pseudo-hermafroditismo e genitália ambígua."
Muito precioso este trabalho, principalmente para alguém como eu, que precisa dentro de seu curso de psicologia, divulgar esta atuação, para muitos colegas e professores que nem sabem a existência dele.Obrigada!
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